TERAPIAS ALTERNATIVAS

Tuesday, January 11, 2005

PORTAS QUE SE FECHAM

Ouvia um programa de rádio quando voltava para casa, o assunto chamou-me atençao, por se tratar de uma mulher que falava com o locutor, para que as ouvintes nao desistissem tao facil do seu casamento.
Contou, que agiu sem pensar por nao aguentar mais, ver como a relaçao com seu marido vinha se arrastando, ela resolveu dar um basta e pediu a separaçao.
Passado um tempo, quando se encontrou sozinha, quis voltar, e tentou varias vezes a reconciliaçao, mas nao teve sucesso. Arrependida, dizia que o amava,e que ele, era tudo na vida dela.
Todos os dias milhares de casais, brigam e voltam a fazer a pazes, muitos assumem que só sabem viver se for dessa forma. Unidos pela briga!
Outros, nao suportam a ideia de um olhar feio do parceiro, uma palavra de ofensa, que já é suficiente, para deixar de lutar pela relaçao, e partem para outra.
Nos dois casos, as relaçoes que se constroem sao dolorosas, parece que um esta sempre pronto pra jogar na cara do outro o que esta errado. A ideía , de ter que montar todo dia um arsenal para se proteger, dentro do seu proprio terrítorio é estressante, principalmente, quando ha crianças envolvidas. Elas estao sempre com doenças respiratorias, vivem tomando remédio, possuem alergia 'a quase tudo. É o corpo se expressando da unica forma que conhece, adoecendo! Uma criañça nao tem estrututa para saber, como ajudar seus pais. Logo, ao ver-se sem saida, a criança adoece. Sem contar, que ela, ao ir para a escola, terá que conviver com pessoas diferentes, e reagirá com os outros da mesma forma que ve seus pais agirem em casa.
Alguém, já ouviu uma pessoa dizer : "eu nao gosto do jeito que minha mae me trata ". Mas, quando esta nervosa age exatamente como ela. O duro, é reconhecer isso! Leva um certo tempo, para podermos, enxergar o que nos somos de fato, é uma coisa que vem com a maturidade, mas nem todos adquirem, porque se exige um olhar mais profundo. Tomar consciencia, é assumir para si, e para a outra pessoa a quem magoamos, o quanto nos erramos. Tirar vantagens dessas situaçoes, podem nos oferecer um estilo de vida diferenciado. Apesar, de trazermos em nossas bagagens comportamentos que odiamos em nossosa pais., é a unica identidade que temos de uma relaçao.

Provavelmente, aquela senhora da rádio, deve ter reagido como viu sua mae ou pai, agir assim por muitos anos. Na realidade, o que se percebe é que essa é a unica forma dela enxergar uma relaçao. Com briga! Diz, que nao gosta, mas nao pode viver sem ela, sente falta. É claro, esta determinado em seu mundo psiquico, que a briga é uma forma de se amar. foi assim, que ela viu seu pai e sua mae se amando, um brigando com o outro. Talvez, se ela tivesse um lar mais, harmonioso, já teria rompido há muito mais tempo e nao sentiria a falta. Mas, ela sente falta do que? No inconsciente dessa senhora, a noçao de familia, tem essa marca registrada. Se ela, pegou um marido bom de briga, a coisa esquenta, os dois só faltam se destruirem, mas nao podem viver um longe do outro.
O ser humano, apreende a ideia de mundo, de sociedade, atráves da observacao de seus pais, avós, e familiares. É neste contexto que ele adquire a noçao de realidade. Segue-se uma padronizaçao, do que é certo para sua familia, é certo para ele. Dessa forma, procurará seguir os passos, do pai, da mae, ou de alguem que o criou.
No caso da senhora que falava na rádio, ela sentia uma necessidade de se justificar, para alguem, de que ela estava errada ao agir daquele jeito com seu marido, acabando com tudo. Veja, como o fato de se justificar, ainda persiste a ideia de discutir um assunto, que parece nao esta acabado. Nao tem mais marido, para cobrar ou se justificar, entao liga para alguem e o faz do mesmo jeito. É uma necessidade familiar, específica desse grupo, se ela achar que esta certa, esta tudo bem! Do contrario, caso pense que agiu errado, vai ficar se condenando e se lamentando pelo resto da vida, para todas as pessoas que encontrar.
Parece, que a pessoa esta dentro de um circuito, ela deve girar somente daquele jeito, como carrinhos de formula 1, onde as crianças ficam ali, vendo eles fazerem um unico percurso. A propria criança nao aguenta muito tempo, brincar com aquilo, logo se enche. Mas o ser humano nao se dá conta de que a historia de sua vida é semelhante aquele circuito. E quando ele vai enxergar? Talvez nunca, ou quem sabe, ele tem um insigth e acorde para perceber que é assim que a vida dele caminha. Fazer analise, ajuda muito a descobrirmos qual é o nosso tipo de percurso, e quanto gastamos de nossas vidas vivendo em funçao dele. Para mudar isso, deve-se ir com calma, o conselho da mulher no radio foi sábio. Nao estamos preparados para lidar com o nosso vazio, por isso nos ocupamos, com velhas coisas que trazemos, sao as unicas coisas que temos. E todos os dias, as colocamos em um saco, depois as jogamos num tapete, e as colocamos de volta no saco. Fazemos isso, todos dias. Se estivermos dispostos a pagar o preço de nos enfrentarmos em terapia, podemos talves, usar outros meios para lidarmos com nossas dificuldades. Nao fechar as portas, aprender como devemos matê-las, afinal, elas sao nossa historia.

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